terça-feira, 22 de julho de 2014

MÊS DE JULHO – NA IGREJA CATÓLICA

                Para nós católicos o mês de julho é um mês muito importante no que diz respeito às comemorações das memórias dos santos. É o mês em que comemoramos a festa de Pedro e Paulo, as duas colunas da Igreja.


                Neste artigo vou tentar passar a vocês um pouco sobre nosso querido São Pedro, o chefe do grupo dos apóstolos, escolhido pelo próprio Cristo para, além de ser pescador de homens, ser também o guardião das chaves, ou seja, a autoridade para, em nome de Nosso Senhor, ligar ou desligar as coisas entre o céu e a terra.

                 Mas quem era Pedro?


                Seu nome era Simão, e antes de se tornar um dos doze apóstolos, era pescador. Acredita-se que nasceu em Betsaida e na época do seu chamado, morava em Cafarnaum. Seu pai chamava-se Jonas (ou João) – daí ser apresentado em algumas situações como Simão Barjonas (Simão filho de Jonas) – e tinha como irmão, André.

                Simão e André eram empresários da pesca e tinham sua própria frota de barcos, em sociedade com Zebedeu e seus filhos, Tiago e João (também do grupo dos apóstolos) – Lc 5, 1-11. São Clemente de Alexandria, no seu Stromatas, afirma que Simão era casado e tinha um filho.

                No relato encontrado em Lc 5, 1-11, conhecido como “pesca milagrosa”, Jesus convida Simão para segui-lo e tornar-se pescador de homens. Em Jo 1, 42, Jesus muda o nome de Simão para Kephas, que em aramaico quer dizer “pedra”. Daí ter passado a ser conhecido como “Pedro” ou “Simão Pedro”.

                Tanto a Igreja Católica Romana (esta da qual fazemos parte) quanto a Igreja Católica Ortodoxa (a Oriental) concordam que Simão Pedro, depois de ter sido bispo em Antioquia, foi para Roma onde tornou-se o primeiro bispo daquela cidade.

                Segundo a Tradição, depois que foi milagrosamente libertado da prisão em Jerusalém (At 12, 1-11) Pedro viajou à Roma. Era o tempo do reinado do imperador romano Cláudio. E quando este expulsou de Roma os judeus e cristãos (At 18, 1-2) Pedro voltou a Jerusalém. Nesta ocasião participou do famoso Concílio de Jerusalém (At 15, 2-7), onde foi discutido sobre os rituais judeus. Depois desta reunião Pedro permaneceu em Jerusalém, e Paulo foi para Antioquia, de onde partiria em sua segunda viagem missionária.

                Por volta do ano 50, Pedro viaja a Antioquia, onde ocorre a grande discussão entre ele e Paulo, relatada em Gl 2, 11-14, conhecido como o Incidente de Antioquia. Nesta viagem teria assumido o episcopado de Antioquia. Segundo Eusébio de Cesaréia, Pedro transferiu a autoridade da Igreja de Antioquia a Evódio, e daí partiu em viagem, chegando a Roma, onde confirmou a Igreja de lá, tornando-se seu primeiro bispo. Aí também recebeu a palma do martírio, em algum momento entre os anos 64 e 67, por decreto do imperador Nero.

                Logo após a Reforma Protestante (Século XVI), teólogos e historiadores protestantes passaram a afirmar que Pedro nunca esteve em Roma. O historiador luterano Adolf Harnack, porém, afirma que todas as teses protestantes são tendenciosas e só serviram para prejudicar o estudo sobre a vida de Pedro em Roma. Os historiadores atuais acreditam que a tradição católica esteja correta, até porque muitos escritos antigos corroboram a afirmação de que Pedro esteve realmente em Roma e lá foi feito bispo e mártir.
                
                 Algumas fontes antigas: Clemente de Roma, Inácio de Antioquia, Pápias de Hierápolis, Dioniso de Corinto, Orígenes de Alexandria, Ireneu de Lião, Eusébio de Cesaréia, Epifânio de Constância, Cipriano de Cartago, Agostinho de Hipona e tantos outros.

                Mesmo com tantas evidências e informações, a vida do apóstolo Pedro continua sendo objeto de investigações. Seu túmulo, porém, está localizado na basílica com seu nome, no Vaticano. Em 1950 a equipe chefiada pela arqueóloga italiana Marguerita Guarducci, encontrou  o que seria uma necrópole atribuída a Pedro, inclusive uma parede com grafitos onde se lê “Petrus Eni”, que em latim quer dizer “Pedro está aqui”. Em um nicho foram encontrados restos de ossos de um homem idoso, que se acredita, com muita probabilidade, serem do apóstolo Pedro.

                A cátedra (cadeira) de Roma, ocupada primeiramente por Pedro, foi, logo após seu  martírio, ocupada por Lino, depois por Anacleto, depois por Clemente e hoje por Jorge Mario Bergoglio, que se atribuiu o nome de “Francisco”.


                O título Papa, segundo alguns autores, significa a autoridade dada ao príncipe dos apóstolos. É a sigla da frase: “Petrus Apostolum Potestaten Accipiens”, que quer dizer “Aquele que recebe a autoridade do apóstolo Pedro”.

                São Pedro Apóstolo, rogai por nós e intercedei a nosso favor, para que nos tornemos cada vez mais pescadores de homens!

Autor: Anselmo José Ramos Neto.

Fonte: Coleção Patrística – Paulus  /  web revista Ciberteologia  /  web revista Ecclesian Meam  /  Apostolado Veritatis Splendor  / Wikipédia

domingo, 20 de julho de 2014

SE O SEU IRMÃO PECAR

                Olá!!! Recentemente fui levado a ler e refletir este trecho do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Mateus, de modo que achei oportuno levar a público esta reflexão. Por falar em “levar a público”, alguém certa vez me disse que corremos um grande risco ao expor na internet aquilo que pensamos, pois não sabemos que olhos verão e que ouvidos escutarão o que estamos dizendo.
                Não discordo desta observação, entretanto há momentos em que nos encontramos tão cercados de pessoas com olhos e ouvidos completamente cerrados para o que estamos dizendo, que é preciso gritar mais alto para sermos ouvidos pelos que estão próximos e até mesmo alcançar os mais distantes.
                Outros ainda poderiam perguntar:

            - Você não acha, Anselmo, que muito alarde é desnecessário e perigoso? Por exemplo: se uma família tem um membro problemático, não é melhor tratar o problema internamente, ao invés de espalhar pra todo mundo que alguém na minha família é um problema?

                Não discordo, querido. Mas utilizando este mesmo exemplo é importante lembrar que: muitas vezes a família só se dá conta de que o membro é problemático quando a comunidade toda já sabe e já foi afetada pelo sujeito; outras vezes a família não tem estrutura para resolver o problema “internamente” e precisa de ajuda externa; e outras vezes ainda parte da família não tem intenção nenhuma de resolver o problema.

                Mas vamos ao texto bíblico:

                SE o seu irmão pecar, vá e mostre o erro dele, mas em particular. Se ele der ouvidos, você terá ganho o seu irmão. Se ele não der ouvidos, tome com você mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Caso ele não dê ouvidos, comunique à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele der ouvidos, seja tratado como se fosse um pagão ou cobrador de impostos”. – Mt 18, 15-17 (Grifos meus) – Bíblia Sagrada – Edição Pastoral – Paulus - 1990

                Comecemos então pelo começo. Sim pelas primeiras palavras. “SE O SEU IRMÃO PECAR”.

                É importante perceber que Jesus inicia esta pequena admoestação partindo da possibilidade de alguém ter realmente pecado.

                Notemos que Jesus não começa dizendo:

                “Se você achar que seu irmão pecou...”
                “Se você ouvir dizer que seu irmão pecou...”
                “Se alguém te afirmar que teu irmão pecou...”
                “Se houver algum indício de que seu irmão pecou...”
                Etc..

                Só o início desta primeira frase já deveria servir para evitarmos uma infinidade de confusões, divisões e perseguições dentro da Igreja. É simples: se você não foi testemunha, nem tem provas cabíveis de que seu irmão realmente cometeu algum erro, então cale a boca! Não saia por aí espalhando o que você não pode provar, pois isso pode se voltar contra você. Não vá atrás de boatos, comentários, por mais críveis que pareçam e mesmo que venham de pessoas em que você confia. Primeiro passo: confirmar a veracidade do que você ouviu. Confirmou? É verdade? Então pode ir para o segundo passo:

                “VÁ [ao seu irmão] E MOSTRE O ERRO DELE, MAS EM PARTICULAR”.

                Ok! Seu irmão realmente pecou. Você tem as provas para mostrar, caso ele negue. Agora converse com ele. Se ele negar, mostre as provas. Se ele confirmar, peça para ouvir a versão dele. Talvez a coisa não seja tão grande quanto você ouviu, ou também pode ser o contrário; ser pior do que você pensou. Mas, caridosamente, ofereça ao seu irmão o direito de se explicar e até de se defender. Depois de ouvi-lo, ofereça-se para ajudá-lo.

                Agora deixa eu perguntar: É fácil fazer isso?

                - Não, Anselmo, realmente não é fácil.

                Claro que não é! E são cada vez mais raros os casos de alguém que agiu desta maneira com um irmão que cometeu algum erro na vida.
               
                E sabe por que?

           Porque é muito mais fácil pular logo para o quarto passo – COMUNICAR A IGREJA.

                Além de ser mais fácil, tem o gostinho da fofoca, o prazer de entregar alguém com a esperança de “limpar essa mancha” da nossa comunidade. Tem também a sensação de estar fazendo justiça: “Oh, eu sou sério, honesto e irrepreensível. Não posso deixar que alguém como ele (ou ela) fique impune!”

                E quem somos nós para punir alguém? Quem nos deu este direito?

                O cargo que ocupamos na Igreja? Mentira! Primeiro porque a Igreja é mãe e como mãe quer que os filhos se amem e continuem unidos. Não quer vê-los brigando nem medindo forças.  E segundo porque o cargo que ocupamos não nos coloca acima de ninguém, antes pelo contrário, nos coloca no mesmo nível ou abaixo, pois é uma posição de serviço e não de autoridade.
               
                Olhemos para cima, meus irmãos! Vejam, o nosso telhado também é de vidro.

                Eu poderia preencher algumas dezenas de linhas com conselhos de Jesus, como: não julgueis e não sereis julgados! Tirem a trave do seu olho antes de olhar o cisco no olho do outro! Mas acho que não é necessário.

                Numa das fontes em que me instruo sobre a Sagrada Escritura, encontrei um comentário interessante sobre este trecho de Mateus, que, a meu ver, corrobora com o que eu disse até agora.   

                “Ninguém de nós é perfeito, e não é porque seguimos a Jesus que estamos livres de cometer erros. O procedimento conforme a justiça de Deus procura evitar a arbitrariedade, levando em conta que todo mundo tem direito à boa fama. Primeiro não se deve espalhar o erro do irmão, mas corrigi-lo a sós. Ele pode não aceitar o que você está falando; direito dele. Arranje então testemunhas. Se ele continuar irredutível, então, E SÓ ENTÃO, comunique à comunidade”. – IVO STORNIOLO (Tradutor e autor das notas de roda pé da Bíblia Edição Pastoral da Paulus)

                O Evangelho é claro! Não é que nós devemos fechar os olhos, pôr panos quentes, ou até mesmo ignorar o erro do nosso próximo, principalmente dos que nos são mais próximos e daqueles cujo erro pode levar à ruína de muitos. Mas somos cristãos, e portanto, devemos agir como o próprio Cristo agiria, ou seja, com caridade e acolhimento.

                Santo Agostinho, um dos mais importantes Padres da Igreja, um dos responsáveis por aquilo que hoje chamamos "doutrina", escreveu o seguinte: “No imprescindível, a unidade, na dúvida, a liberdade, em tudo, a caridade”.

                E esta máxima tem tudo a ver com o jeito Cristão de ser; deve ser a atitude daqueles que seguem o Cristo que dizia: “Teus pecados estão perdoados, vai e não tornes a pecar”.

                Mas só terão atitudes verdadeiramente cristãs, aqueles que forem cristãos verdadeiros.

                Pax Domini! 

Autor: Anselmo José Ramos Neto

quarta-feira, 9 de julho de 2014

      MESSE GRANDE... POUCOS OPERÁRIOS

            Em Mt 9, 37 encontramos a seguinte “informação” de Jesus:

            “A messe é grande, mas poucos são os operários”.

            Esta simples frase serve como base para longas e substanciais homilias e palestras vocacionais dentro da Igreja Católica, por parte de alguns ministros leigos. É parafraseando Jesus que imploramos a participação de mais pessoas nas atividades pastorais, queixando-nos tanto da insuficiência de pessoal diante da grande missão de evangelizar, quanto da sobrecarga que oprime alguns ombros.

            Mas, vamos e viemos, será que é isso mesmo que queremos? Será que quando falamos àquele povão estamos mesmo querendo que todos eles arregacem imediatamente as mangas e venham nos ajudar? Será que “rejubilaremos de alegria” por alguns que se coloquem inteiramente à disposição da nossa pastoral? (Vou comprometer mais) Será que vamos ficar satisfeitos e agradecidos se ali no meio daquela multidão que nos ouve existir alguém capaz e disposto a nos substituir no nosso “cargo” imediatamente? Será que vamos ficar “confortáveis” se erguer o braço e se habilitar ao trabalho alguém com mais conhecimento e experiência do que nós?

            - É claro que sim, Anselmo!

            É CLARO QUE NÃO!!!!

            Olha só o que acontece:

            Muitos de nós atribuem a ineficiência ou a ineficácia do trabalho pastoral ao pequeno número de trabalhadores envolvidos, o que, como mencionei acima, sobrecarrega alguns que não conseguem fazer bem, nem uma coisa e nem outra. Mas isso é só uma desculpa, porque a ineficiência ou ineficácia da caminhada pastoral, essa messe infrutífera que presenciamos, se deve quase totalmente à nossa própria irresponsabilidade, enquanto agentes de pastoral.
           
            Ao invés de “irresponsabilidade”, no parágrafo acima, eu iria usar “incompetência”. Mas resolvi mudar porque não nos considero incompetentes, mas sim irresponsáveis. Vendo alguns trabalhos é fácil identificar não só a competência, mas também a criatividade, a dedicação, etc.. Mas nos tornamos irresponsáveis quando nos deixamos influenciar por aquilo que o Papa Francisco chama de “mundanismo espiritual”.

            Se alguém ainda não leu a Evangelii Gaudium, aí vai um trechinho desta que é a primeira Exortação Apostólica do Papa Francisco:

            “A outra maneira [de alimentar o mundanismo espiritual] é o neopelagianismo autorreferencial e prometeuco de quem, no fundo, só confia nas próprias forças e se sente superior aos outros por cumprir determinadas normas ou por ser irredutivelmente fiel a um certo estilo católico próprio do passado. É uma suposta segurança doutrinal ou disciplinar que dá lugar a um ELITISMO NARCISISTA E AUTORITÁRIO, onde, em vez de evangelizar, se analisam e classificam os demais e, em vez de facilitar o acesso à graça, consomem-se as energias a controlar. (...) nem Jesus Cristo nem os outros interessam verdadeiramente (...) Não é possível imaginar que destas formas desvirtuadas de cristianismo, possa brotar um autêntico dinamismo evangelizador.” (Evangelii Gaudium, 94) (Grifos meus)

            Quando grito como acima “É CLARO QUE NÃO” é porque realmente não queremos “qualquer um” (por mais capacitado que seja). Queremos escolher, queremos indicar... somos seletivos demais... avaliamos demais... não temos a visão cristã de ver o que o outro ainda pode ser, temos a visão do mundo que só vê o que o outro é (ou aparenta ser).

            Fico imaginando se Jesus tivesse confiado a nós a tarefa de escolher seus apóstolos... sim, os 12. Sabe quantos deles escolheríamos?

            Nenhum!

            Ou melhor, talvez escolhêssemos Simão (não Pedro, o outro), Tadeu e Tiago (o que não era irmão de João). E sabe por que escolheríamos esses três? Porque eram parentes de Jesus – primos.   Talvez João e André também fossem escolhidos, porque eram discípulos de João Batista, que também era primo de Jesus. Se bem que João era muito novinho, e alguns de nós ainda não confiam muito na responsabilidade e comprometimento dos jovens.

            - Por que não os outros, Anselmo?

            Veja bem: Simão Pedro era mesmo uma pedra. Ranzinza, semi analfabeto, assim como a maioria do grupo, temperamental, falava “na lata”... o tipo de pessoas de quem queremos distância nas pastorais. Já pensou alguém dizendo o que pensa, sem papas na língua, indo contra aquilo que eu penso? Mateus era um cara legal, mas era publicano (cobrador de impostos), odiado pelo povo (principalmente o povo da igreja)... Eeeeu, ficar de amizade com gente assim? Tô fora! O mesmo se aplicava ao Judas Iscariotes, que fazia parte do grupo dos zelotes. Os zelotes eram aquela porção do povo judeu que ‘tava’ de saco cheio da opressão romana e partia pra briga, (não covardemente e de máscara, igual os Black-sei-lá-o-que) mas corajosa e bravamente. O Simão, primo de Jesus, também era desse grupo, por isso eu disse que só “talvez” escolhêssemos os três irmãos. É que, ‘cê’ sabe, escolher os irmãos e não escolher ele... mas ele é muito “arruaceiro”... melhor deixar a família de lado.

            Por isso, com certeza, não escolheríamos nenhum deles.

            Por outro lado, creio que Nicodemos e José de Arimatéia fossem escolhidos, porque eram gente da igreja, e ainda gostavam de Jesus. Quem sabe até um parente de Caifás, para agradar o sumo sacerdote.

            - Anselmo, agora ‘tu’ chegou ao cúmulo da tua ranzisice. A coisa não é tão feia assim.

            Importante, então, mencionar que tudo o que está escrito aqui não é fruto de conjecturas ou ideias de uma mente criativa e oposicionista. Tudo o que coloquei aqui é menção a coisas reais, situações vivenciadas ou presenciadas por mim, inclusive. E se as estou escrevendo é porque quero ser verdadeiramente CATÓLICO. Não menosprezo nem ridicularizo a Igreja de Cristo, à qual pertenço, e por isso mesmo sinto-me cada vez mais chamado a me posicionar sobre contra testemunhos e erros de conduta.

            Somos seletivos demais, SIM! Analisamos e classificamos (pré julgamos) os demais, SIM! Sentimo-nos superiores aos outros, SIM! Criamos elites e panelas onde possamos exercer nosso autoritarismo, SIM! – Sim, faço minhas as palavras do Papa.

            A coisa não é tão feia assim, você diz? A coisa é mais ou menos assim:

     
    

            “Importante lembrar que para o seu apostolado, Jesus não chamou os melhores, do ponto de vista da economia, da sociedade ou mesmo os mais santos; Jesus chama a todos, sem fazer qualquer tipo de distinção entre as pessoas. Assim, nos mostra que na atuação pastoral, devemos nos preocupar não simplesmente em fazer o trabalho, mas sim em envolver todas as pessoas, para que a atuação pastoral seja comunitária e revele este importante valor do Evangelho.” (www.liturgiadiaria.cnbb.org.br – reflexão sobre Lc 5, 1-11)

            - Ah, mas nem todos estão preparados!

            Preparados para que? Para fazer o trabalho, ou para fazer o trabalho como eu quero, como eu acho que tem que ser? E, a propósito, qual de nós estava preparado quando começou? Não começamos nós também devagar, com pouco conhecimento, com nenhuma experiência? A única coisa que tínhamos era a vontade.

            Por isso acho que cabe aqui a célebre frase de Albert Einstein:

            "Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou não fazer algo só depende da nossa vontade e perseverança."

            Quando nos apropriamos do direito e do poder de escolher, chamar e capacitar por nós mesmos, podemos de incorrer no Pecado Original, ou seja, podemos cair, assim como Eva, na armadilha do inimigo, que continua querendo nos fazer acreditar que somos quase deuses.

            A Ele a honra, a glória e o poder, para sempre!

            A Ele, não a nós!

Autor: Anselmo José Ramos Neto