MÊS DE JULHO – NA IGREJA CATÓLICA
Para
nós católicos o mês de julho é um mês muito importante no que diz respeito às
comemorações das memórias dos santos. É o mês em que comemoramos a festa de
Pedro e Paulo, as duas colunas da Igreja.
Neste
artigo vou tentar passar a vocês um pouco sobre nosso querido São Pedro, o
chefe do grupo dos apóstolos, escolhido pelo próprio Cristo para, além de ser
pescador de homens, ser também o guardião das chaves, ou seja, a autoridade para,
em nome de Nosso Senhor, ligar ou desligar as coisas entre o céu e a terra.
Mas
quem era Pedro?
Seu
nome era Simão, e antes de se tornar um dos doze apóstolos, era pescador.
Acredita-se que nasceu em Betsaida e na época do seu chamado, morava em
Cafarnaum. Seu pai chamava-se Jonas (ou João) – daí ser apresentado em algumas
situações como Simão Barjonas (Simão filho de Jonas) – e tinha como irmão,
André.
Simão e
André eram empresários da pesca e tinham sua própria frota de barcos, em
sociedade com Zebedeu e seus filhos, Tiago e João (também do grupo dos
apóstolos) – Lc 5, 1-11. São Clemente de Alexandria, no seu Stromatas, afirma que Simão era casado e
tinha um filho.
No
relato encontrado em Lc 5, 1-11, conhecido como “pesca milagrosa”, Jesus
convida Simão para segui-lo e tornar-se pescador de homens. Em Jo 1, 42, Jesus
muda o nome de Simão para Kephas, que em aramaico quer dizer “pedra”. Daí ter
passado a ser conhecido como “Pedro” ou “Simão Pedro”.
Tanto a
Igreja Católica Romana (esta da qual fazemos parte) quanto a Igreja Católica
Ortodoxa (a Oriental) concordam que Simão Pedro, depois de ter sido bispo em
Antioquia, foi para Roma onde tornou-se o primeiro bispo daquela cidade.
Segundo
a Tradição, depois que foi milagrosamente libertado da prisão em Jerusalém (At
12, 1-11) Pedro viajou à Roma. Era o tempo do reinado do imperador romano
Cláudio. E quando este expulsou de Roma os judeus e cristãos (At 18, 1-2) Pedro
voltou a Jerusalém. Nesta ocasião participou do famoso Concílio de Jerusalém
(At 15, 2-7), onde foi discutido sobre os rituais judeus. Depois desta reunião
Pedro permaneceu em Jerusalém, e Paulo foi para Antioquia, de onde partiria em
sua segunda viagem missionária.
Por
volta do ano 50, Pedro viaja a Antioquia, onde ocorre a grande discussão entre
ele e Paulo, relatada em Gl 2, 11-14, conhecido como o Incidente de Antioquia.
Nesta viagem teria assumido o episcopado de Antioquia. Segundo Eusébio de
Cesaréia, Pedro transferiu a autoridade da Igreja de Antioquia a Evódio, e daí
partiu em viagem, chegando a Roma, onde confirmou a Igreja de lá, tornando-se
seu primeiro bispo. Aí também recebeu a palma do martírio, em algum momento
entre os anos 64 e 67, por decreto do imperador Nero.
Logo
após a Reforma Protestante (Século XVI), teólogos e historiadores protestantes
passaram a afirmar que Pedro nunca esteve em Roma. O historiador luterano Adolf
Harnack, porém, afirma que todas as teses protestantes são tendenciosas e só
serviram para prejudicar o estudo sobre a vida de Pedro em Roma. Os
historiadores atuais acreditam que a tradição católica esteja correta, até
porque muitos escritos antigos corroboram a afirmação de que Pedro esteve
realmente em Roma e lá foi feito bispo e mártir.
Algumas
fontes antigas: Clemente de Roma, Inácio de Antioquia, Pápias de Hierápolis,
Dioniso de Corinto, Orígenes de Alexandria, Ireneu de Lião, Eusébio de
Cesaréia, Epifânio de Constância, Cipriano de Cartago, Agostinho de Hipona e
tantos outros.
Mesmo com
tantas evidências e informações, a vida do apóstolo Pedro continua sendo objeto
de investigações. Seu túmulo, porém, está localizado na basílica com seu nome, no
Vaticano. Em 1950 a equipe chefiada pela arqueóloga italiana Marguerita
Guarducci, encontrou o que seria uma
necrópole atribuída a Pedro, inclusive uma parede com grafitos onde se lê “Petrus
Eni”, que em latim quer dizer “Pedro está aqui”. Em um nicho foram encontrados
restos de ossos de um homem idoso, que se acredita, com muita probabilidade, serem
do apóstolo Pedro.
A
cátedra (cadeira) de Roma, ocupada primeiramente por Pedro, foi, logo após
seu martírio, ocupada por Lino, depois
por Anacleto, depois por Clemente e hoje por Jorge Mario Bergoglio, que se
atribuiu o nome de “Francisco”.
O
título Papa, segundo alguns autores, significa a autoridade dada ao príncipe
dos apóstolos. É a sigla da frase: “Petrus Apostolum Potestaten Accipiens”, que
quer dizer “Aquele que recebe a autoridade do apóstolo Pedro”.
São
Pedro Apóstolo, rogai por nós e intercedei a nosso favor, para que nos tornemos
cada vez mais pescadores de homens!
Autor: Anselmo José Ramos Neto.
Fonte: Coleção Patrística – Paulus / web
revista Ciberteologia / web revista Ecclesian Meam /
Apostolado Veritatis Splendor /
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