OUTUBRO - MÊS DAS MISSÕES
Em outubro a Igreja Católica celebra o mês das missões. Trata-se do mês no qual toda a comunidade se concentra em um traço muito característico da identidade cristã: ser missionário. Ou seja, ser enviado a levar a todos e ao mundo inteiro a Boa Nova do Evangelho de Jesus Cristo.
A comunidade eclesial como um todo é então convocada a celebrar e conscientizar-se mais profundamente de que a Igreja não existe para si mesma. Existe, sim, como enviada ao mundo para anunciar e fazer acontecer o sonho de Deus: a justiça, a paz, a fraternidade.
Missão significa envio. O missionário é alguém enviado como portador de um encargo importante. Até a um tempo atrás a figura do missionário era mais ligada àquele que – normalmente religioso ou sacerdote – era enviado a terras distantes, onde Jesus Cristo não era conhecido; a continentes não cristãos, como a Ásia ou a África para ali plantar a fecunda semente da cruz do Senhor Jesus.
Hoje é muito claro para a Igreja de que missionários somos todos, pelo simples fato de sermos batizados e inseridos no mistério pascal de Jesus Cristo. Somos missionários porque servidores da única missão, que é a de Jesus Cristo. E esta missão consiste em “anunciar aos pobres a Boa nova, devolver a vista aos cegos, fazer os coxos andarem e trazer a libertação aos cativos e proclamar um Ano da Graça do Senhor”(cf. Lc 4, 16-21).
Portanto, todo lugar, não só a Ásia ou a África; não apenas as latitudes longínquas são terra de missão onde os cristãos são chamados a ir sem bordão nem alforge, carregando apenas a Palavra do Senhor a semear a boa semente do seu Evangelho de amor, justiça e paz.
Na verdade, a fé e a experiência de Deus para a fé cristã estão longe de ser um fruir impune das delícias e maravilhas da contemplação dos mistérios eternos. Ao contrário, consistem na consciência de saber-se enviados em missão ao mundo, e em assumir a própria responsabilidade em relação àqueles e àquelas que, desde o seio da realidade desfigurada e injusta, são excluídos das benesses do progresso e clamam por justiça e compaixão.
As grandes cidades, portanto; suas periferias; seus centros e conglomerados urbanos, são terra de missão. São lugares sedentos e ansiosos por ouvir proclamar a Verdade do Evangelho como água pura que desaltera a sede e devolve a esperança aos que não a têm mais.
Como padroeiros das missões, a Igreja designou dois grandes santos que têm vidas aparentemente muito diversas:
O primeiro é São Francisco Xavier, que viveu no século XVI. Jesuíta da primeira hora, enviado pelo superior Inácio de Loyola não hesitou em lançar-se sozinho no caminho do Oriente a fim de conquista-lo para Cristo. Após uma viagem onde passou por todas as provações e penúrias possíveis a um ser humano, aportou na Índia, passando dali ao Japão e morrendo às portas da China. Xavier é o protótipo daquilo que um missionário cristão deve ser: corajoso, intrépido, coração ardendo de amor e de zelo pelo Evangelho, humilde e desejoso apenas de servir ao Senhor e a sua Igreja.
A outra padroeira das missões, no entanto, nos apresenta um perfil bem diferente do de Xavier. Mulher, jovem, morreu aos 25 anos no Carmelo onde entrou aos 15 e do qual nunca saiu: Teresa de Lisieux, Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face. Jovem francesa do século XIX, de temperamento delicado e forte, Teresinha soube, desde dentro do seu convento, viver plenamente a vocação missionária que é o distintivo de todo cristão. Sua vida e seu testemunho nos mostram neste mês das missões que todo cristão, em qualquer lugar ou situação em que esteja, pode ser um missionário, um enviado e portador da Palavra de Deus.
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