segunda-feira, 5 de setembro de 2016


AH, ESSE JESUS TEIMOSO!


No último domingo, após receber a comunhão das mãos do ministro, enquanto caminhava de volta ao lugar onde estava sentado, me fiz, como sempre, a mesma pergunta, a mesma provocação:

 - Comunguei! É Jesus em mim! E agora!

E nos segundos seguintes me peguei renovando com Ele uma série de propósitos, de coisas que gostaria de por em prática a partir daquele momento.

 Só que, ao mesmo tempo, lembrei-me que aqueles foram os propósitos da missa passada, e da anterior também...

E me angustiei com isso.

- Pôxa! Que grande fraco eu sou, que não consigo cumprir o que me proponho e continuo repetindo as mesmas proposições.

Resultado de imagem para eucaristiaE, ato contínuo, a angústia foi dando lugar à consolação, e o Espírito Santo – só pode ter sido ele, eu não tenho esse poder – foi esclarecendo minha dúvida. E me lembrou Santo Agostinho que dizia que “a Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de cada dia”.

Talvez com você aconteça algo semelhante. Talvez você também viva renovando propósitos e promessas não cumpridas. Mas isso não quer dizer que somos maus; o que acontece é que não somos ainda exercitados e bem treinados na prática do amor, e por isso, como já confessou o apóstolo Paulo, “não faço o bem que quero e acabo fazendo o mal que não quero”.

Mas veja que grande maravilha o Senhor nos concede!

A Eucaristia!

Ah, esse Jesus teimoso, que a cada domingo me dá a oportunidade de tentar de novo, de renovar meus propósitos, de declarar que tenho consciência de qual é minha missão e a que sou chamado dia a dia.

Ah, esse Jesus teimoso, que insiste em me alimentar com seu corpo e sangue, para viver em mim, para transformar meu ser no Seu ser, mesmo sabendo que minha condição humana é muito resistente a tudo isso.

Ah, esse Jesus teimoso, que teima em acreditar em mim mesmo sabendo que sou fraco e não consigo cumprir minhas promessas como gostaria.

E além de tudo isso, quando eu rezo: “É Jesus em mim! E agora?”, Ele me responde:

“Sim, filho, sou eu em ti e tu em mim. Sei da tua fraqueza, por isso estou aqui. Mas estou aqui também porque preciso de ti para levar adiante minha obra. Vamos fazer isso juntos? Eu contigo e tu comigo! Juntos! Como um só corpo, uma só força, uma só vontade. Também me fiz humano, filho, lembras? Sei o quanto é difícil viver, na carne, as propostas do céu. Mas permiti que meu Pai vivesse em mim. Eu nEle e Ele em mim, para que o mundo acreditasse que Ele me havia enviado. E é isso que quero viver contigo... essa mesma unidade que vivo com meu Pai. Somos nós dois, agora: eu em ti e tu em mim, para que o mundo creia que eu te escolhi, te chamei e te envio. Não, não se perturbe o teu coração, acredita em mim. Não é um fardo pesado o que te dou. Continuo sendo divino e tu humano. Mas te espero aqui no próximo domingo pra ouvir tua oração. Mesmo que seja igual a de hoje. Ou, quem sabe, venhas partilhar comigo as maravilhas que consegui fazer através de ti. Sim, filho, sou teimoso, porque te amo e confio em ti, como o Pai confiou em mim um dia.

Volto a perguntar a mim mesmo: E agora? É Jesus em mim!

Ah, esse Jesus teimoso.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

MAIS DO QUE FLORES E VELAS



02 de Novembro – dia de finados. Feriado nacional, melhor ainda quando ocorre em sexta ou segunda... mais um feriadão. ‘Bora visitar os parentes? Tanto os vivos quanto os mortos?

Dias atrás...

Cemitérios movimentados. Pessoas vestidas em trajes de faxina desfilam entre túmulos carregando baldes, vassouras, esfregões, rodos e toda sorte de produtos e materiais para limpeza. Remover o “limo” que se acumulou ao longo do ano, desde o último novembro; limpar os vasos com as flores mortas ou as artificiais desbotadas. “Raspar” o resíduo das velas também é tarefa pra estes dias. Alguns ainda se preocupam em retocar ou refazer a pintura, substituir um vidro quebrado ou uma foto envelhecida.

Para alguns é tarefa fácil, pois verticalizaram o sepulcro e ‘tá todo mundo ali’. Para outros é mais trabalhoso, porque a família é grande e os sepultados estão distribuídos por todo o campo santo. É preciso distribuir também as tarefas: “Fulana, você limpa o túmulo da vó, que eu e o mano vamos cuidar do do pai e da mãe. Quem terminar primeiro pega o da tia. ‘Vamo’ deixar o do vô pro final pra ‘nóis’ pegar junto, porque ‘tá’ mais sujo”.

E gradativamente o “ambiente” vai se tornando aparentemente melhor para o grande dia.

E chega o dia.

Cemitérios movimentados. Pessoas vestidas em outros trajes desfilam entre túmulos carregando vasos com flores e pacotes de velas. Alguns não levam nem uma coisa nem outra. Há quem prefere uma visita solitária – talvez o sepultado só receba aquela visita. Mas há também quem visite em grupo. De uma forma ou de outra, a movimentação e o colorido das flores vai tomando conta do campo santo, assim como o odor da parafina queimada.

Algumas visitas são rápidas, algumas duram o dia inteiro. Há quem se direciona a apenas um sepulcro, e há quem faça uma verdadeira romaria, tendo inclusive que traçar uma estratégia logística para conseguir visitar “todo mundo” a tempo. Alguns preferem nem ser vistos. Outros gostam de permanecer longas horas junto ao sepulcro de certo familiar, aguardando a renovação das condolências dos que passam.

Enfim, há uma grande variedade de comportamentos neste dia... assim como há variedade de flores há quantidade de velas... e de pensamentos e sentimentos.

Naquele túmulo majestoso o pai e a mãe olham a foto do filho ido há anos, vítima de uma enfermidade. Tanta influência, dinheiro e poder não impediram que tivessem que viver este momento ano após ano.

A senhora de pé olhando a foto do falecido esposo faz uma oração silenciosa e ainda questiona a Deus: “Por que o levou tão cedo? Eu precisava tanto dele!”

O viúvo sentado no túmulo onde repousa a esposa, o olhar fixo na lápide, como se estivesse olhando nos olhos da mulher também questiona: “Por que tu não te ‘cuidou’? Tanto que eu falei pra tu procurar um médico?”

A foto do jovem sorridente, tirada naquela festa, comove os três amigos que abraçados choram a recente perda do companheiro no trágico acidente.

Dois irmãos ajeitam os dois pequenos ramalhetes que acabaram de depositar sobre o túmulo da irmã que morreu pelas mãos de um marido violento. O sentimento de saudade ainda está misturado com um desejo de vingança.

Tem um túmulo que não recebe visita neste dia. É o do rapaz que, embriagado, causou o acidente onde morreram ele e as jovens do carro com o qual ele colidiu. As flores foram colocadas dois dias antes pela sua mãe. Dói muito o olhar que as pessoas lhe dirigem e os comentários que fazem, como se impusessem uma culpa que não lhe pertence.

A menininha de quatro anos, nas mãos do pai, acena para o túmulo e diz: “Tchau, vó. Depois eu volto!”

Quem é aquele parado diante do túmulo vazio, recém construído, com aquela imensa tristeza no olhar? É o rapaz cujo pai padece de uma grave enfermidade, para a qual não existe cura. No decorrer de sua romaria deparou-se com aquela nova sepultura, e lembrou a possibilidade de nos próximos dias estar ali sepultando seu pai.

Então, queridos, não são só flores e velas.

A verdade é que todos aqueles que por ali passam por estes dias, gostariam de não precisar passar por ali.

Mas se passam(os) é porque de uma certa forma o laço que existiu não se desfez. Portanto, não é um laço de sangue, de acordos ou contratos formais, de coisas construídas ou adquiridas juntos... É um laço de vida, que não se rompe com a morte. É um laço tão forte quanto o sentido que damos à vida uns dos outros.

Não quero com este artigo só descrever atitudes, comportamentos e pensamentos deste dia, mas convidá-los a refletir sobre os laços que mantemos, que rompemos e os que fortalecemos. Repito: o sentido que demos à vida dos que partiram, e que deles recebemos, constituem o vínculo que nos mantém unidos; assim, devemos continuar repetindo o mesmo com os que ainda estão conosco, fazer por eles o que deixamos de fazer pelos que partiram e recuperar o sentido que estamos perdendo em algumas relações.

A comunhão dos santos, conforme ensina nossa igreja, é isso: esse vínculo de amor e caridade que, em Cristo, une a todos os filhos e filhas de Deus, em qualquer lugar, aqui ou no céu. As flores e as velas que depositamos não são presentes aos mortos, mas símbolos da nossa fé, que garante que aqueles cujos corpos sepultamos, contemplam a Luz de Deus na Vida Eterna (Vela e Flor – Luz e Vida)

Mas não são só flores e velas.

É também oportunidade de confrontar a fragilidade e a limitação humanas com a força e a imortalidade dos laços de amor; de compreender que a morte virá a qualquer momento e de alguma forma; de acreditar que aqueles que passaram por nós não acabaram ali sua existência.

Ao entardecer deste dia de novembro, os cemitérios vão se esvaziando e silenciando, as velas se apagando, as flores murchando ou desbotando... até o próximo ano, quando tudo de renova. O dia 2 passa rápido. A morte passa rápido.

A vida que se renova com a morte, permanece para sempre.


Nas flores e nas velas, a certeza dessa verdade.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015


Durante uma catequese com adolescentes, um padre (Pe Valdecir) pediu aos jovens que definissem “o santo”. Várias opiniões foram partilhadas, mas uma em particular chamou muito a atenção do padre. Um dos adolescentes respondeu:

“Santo é um cara de cabeça torta, mãos postas e cara de fome”.

Imediatamente acorreram à memória do padre inúmeras imagens conhecidas de santos, e ele pode confirmar que a resposta do jovem fazia sentido, partindo da possibilidade de que os raros contatos daquele rapaz com a figura de um santo foram as visualizações das imagens que os pais ou avós tinham em casa.

Acaso não tem sido essa também a nossa realidade?
O que temos ensinado às novas gerações a respeito dessas figuras extraordinárias que chamamos de “santos”?
Temos passeado pelas vidas deles, seus testemunhos e exemplos, ou os continuamos apresentando como figuras mágicas que protegem isso ou aquilo e cujo respeito se encerra na veneração e cuidado de suas imagens de gesso?

Podemos não perceber, mas até mesmo esse zelo com as imagens acabam passando uma ideia errada do que nós mesmos conhecemos a respeito dos santos. Sim, pois o excesso de cuidado com uma simples imagem, tipo: “cuidado pra não quebrar”, “cuidado pra não arranhar”, etc., transmitem uma ideia de fragilidade a respeito daquele personagem. Há até quem segure uma imagem como se fosse um bebezinho.

Claro que a nossa veneração aos santos passa também pelo cuidado com as imagens que chamamos “sacras”. Mas de nada adianta cobrar o zelo e o cuidado e não apresentar os motivos pelos quais os veneramos, respeitamos e amamos até mesmo em suas representações plásticas.

Quem é o santo, então?

Talvez a resposta que o Pe Valdecir esperava ouvir daqueles adolescentes, seja essa, que eu gostaria de partilhar também com vocês.

Vamos entender os santos em três pontos:

1)    Os santos são antes de qualquer coisa homens e mulheres como você e eu. Seus nascimentos se deram exatamente como os nossos; assim como nós foram amamentados, precisaram aprender a falar e a andar... O Francisco de Assis, o Antonio, a Clara, também sujaram suas fraldas, e não era nada diferente das nossas. Ainda na infância tiveram seus brinquedos, foram educados e escolarizados (cada um de acordo com o contexto em que viveu, e essa ambiência também serviu para moldar suas personalidades, assim como a nós hoje). Viveram o período da adolescência, com as mesmas crises e transformações. E para alguns, a juventude também foi uma época de muitas festas, baladas e “pegação”. Alguns na juventude optaram pela vida monástica ou sacerdotal, outros pelo matrimônio.
           
E foi nessa situação, vivendo a dimensão humana, que eles optaram por um estilo de vida diferente, e aqui entramos no segundo ponto:

2)    Ao abraçar a mensagem cristã e tornar a Palavra de Deus sua regra de vida, esses homens e mulheres se tornaram diferentes, e eram até visto por muitos como indivíduos separados dos costumes da maioria das pessoas à sua volta. (Etimologicamente, a palavra santo quer dizer [também] “separado”(do grego, hagios) Então este jeito novo de viver, embora com características bem próprias a cada um, tinha algo em comum: a imitação de Cristo. Por isso o desapego material (aos bens terrenos e até ao próprio corpo, também matéria); o apego incondicional aos mais desprotegidos e necessitados; o desejo inesgotável de fazer o bem a quem quer que necessitasse; a perfeita sintonia com Deus e sua vontade e o amor pela Igreja. E com uma força e energia que não era sua, alguns foram a lugares onde ninguém se atrevia a ir, sem medo e sem repugnâncias, levar a Palavra de Deus, não só na pregação, mas principalmente na prática do amor.

Tornaria-se por demais alongado este artigo se eu fosse citar exemplos de tudo isso que resumi no segundo ponto. Mas é graças a esta diferença, em virtude do seu testemunho, que esses homens e mulheres, jovens ou idosos, são merecidamente intitulados pela Igreja como “Santos”.

3)    Porque a Igreja não “fabrica” santos; ela assim os declara, após uma criteriosa investigação acerca da vida e testemunho. É o povo de Deus, os membros da Igreja que apresenta a ela os motivos pelos quais este ou aquele merece ser “elevado à honra dos altares”. O testemunho de vida advoga em favor do “candidato”, juntamente com a aclamação popular. O santo não o é porque a Igreja assim o declarou, mas porque buscou isso em vida, gratuita e despretensiosamente, despertando no coração do seu povo a gratidão e o desejo de tê-lo como exemplo. A Igreja, repito, nas fabrica santos, embora seja ela um canal de aproximação ao Evangelho e sua proposta de santidade.

Portanto, por mais que sejamos convidados e autorizados a venerar esses cristãos que nos precederam, inclusive em suas representações artísticas (imagens), não é a isso que deve se resumir a nossa devoção a eles.

Mais do que importante, é necessário lembrar que, antes de tudo isso, eles foram homens e mulheres como nós, com o diferencial: o diferencial da radicalidade na fé e na caridade. E se assim considerarmos, muito mais do que acender velas, levar flores, fazer novena, carregá-los nos andores, precisamos honrar as suas memórias imitando aquele que eles próprios buscaram imitar: Jesus Cristo. E se eles foram capazes, nós também o seremos, se nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo e cultivarmos o amor ao próximo e à Igreja, assim como eles, tão dedicadamente o fizeram.

Algumas imagens de santos até podem ter cabeça torta, mãos postas e cara de fome. Mas os santos sempre tiveram o olhar voltado ao irmão, a vida de oração e traziam na sua face o rosto misericordioso de Deus.


Que os santos e santas de Deus intercedam a Deus por nós em nossas fraquezas. 


Clique AQUI e assista o vídeo.

domingo, 26 de julho de 2015

MARCOS, FRANCISCO E A IGREJA EM SAÍDA



O primeiro versículo do primeiro capítulo do Evangelho segundo Marcos diz o seguinte:

“Começo da Boa Nova de Jesus, o Messias, o Filho de Deus”.

Entretanto o termo “começo” empregado pelo evangelista não diz respeito apenas ao início do seu escrito, mas a todo ele. É que o livro de Marcos – todo ele – se caracteriza como um simples começo.

Mas que começo? E começo de que?

Antes, notemos que Jesus sai de Nazaré, na Galiléia e vai até o Jordão, onde é batizado por João Batista. (Mc 1,9).

Mas é de volta à Galiléia (Mc 1,14) que Jesus inicia sua atividade, que vai culminar com a morte na cruz. E no último capítulo do livro, já ressuscitado, o recado dado às mulheres diz que, para os discípulos verem Jesus vivo eles devem ir para...

Galiléia!

“Agora vocês devem dizer aos discípulos dele e a Pedro que ele vai para a Galiléia, na frente de vocês. Lá vocês o verão, como ele mesmo disse”.(Mc 16,7).

Podemos dizer então que a Galiléia é o local do início e do fim da obra de Jesus?

Não! Não podemos.

Porque o que Marcos narrou nos dezesseis capítulos do seu livro é apenas...

...o começo!

 “Aquilo que Jesus realizou é apenas o início da atividade que seus discípulos deverão continuar em todos os tempos e lugares, a fim de trazer o Reino de Deus para dentro da humanidade e da história”. (BALANCIN, Euclides M - Como Ler o Evangelho de Marcos, Paulus, 1991)

Voltar ao começo. Voltar às origens. Esse é o segredo para uma evangelização verdadeira. Não é sob os holofotes e em meio às multidões das capitais - Samaria ou Jerusalém - que Jesus inicia esta obra, mas em meio à gente humilde das periferias. Até porque a Galiléia ficava no extremo norte do território de Israel, e Cafarnaum, onde, segundo Marcos, Jesus realizou sua primeira pregação e seu primeiro milagre, ficava às margens do Mar da Galiléia.

O começo da Boa Nova aconteceu em meio aos afastados, onde estavam também os excluídos e os esquecidos.

Algo muito parecido o Papa Francisco tem nos proposto: ir às periferias.

“Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo”. (Papa Francisco, EG 23)

Esta saída missionária tão querida pelo Papa e tão necessária para a Igreja, nada mais é do que um retorno ao começo da Boa Notícia. É abastecer-se e ao mesmo tempo continuar de onde Jesus parou, e da mesma forma que ele fez.

E Ele nada fez em condição divina, mas vazio de divindade e revestido de humanidade, da nossa humanidade. O Verbo se fez carne para que a carne o conhecesse e conhecendo-o pudesse praticar as suas obras.

Então voltar ao começo é deixar de pregar um Cristo apenas divino e mágico, e apresentar às pessoas o Cristo homem e passível das nossas dores e sujeito às nossas limitações. E foi assim, humano como nós, que ele “tomou a iniciativa sem medo, foi ao encontro, procurou os afastados e chegou às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos. E não deixou de viver até o último momento [na carne] o desejo inexaurível de oferecer misericórdia”. (EG, 24)

“O Verbo se fez carne, mas tem-nos sido mais cômodo transformar a carne em verbo” - (Dom Leomar Brustolin, em discurso no 9º Muticom, julho/2015) – porque é mais fácil falar da Boa Notícia do que sermos nós mesmos a Boa Notícia que os outros precisam receber.

Se queremos participar dessa Igreja em saída missionária, precisamos voltar ao começo, lá onde a Boa Notícia não é apenas anúncio, mas prática.

“É vendo e entendendo a prática de Jesus que se aprende e se transmite o Evangelho. E o Evangelho é o projeto de Deus identificado na atividade de Jesus e seus discípulos. Mais do que transmitir verdades para serem ouvidas, a evangelização se realiza quando as pessoas vem o que está acontecendo através da prática daqueles que confessam Jesus ressuscitado presente na história”. (BALANCIN)

Assim, ficamos sabendo que o grande ensinamento de Jesus é a sua prática e que sua palavra é sempre nova porque é sempre acompanhada por sua ação.


Assim, na ação, todos saberão que somos verdadeiramente seus discípulos, e não apenas adeptos de uma ideia.

sábado, 25 de julho de 2015

AUTO ESTIMA SAUDÁVEL OU ARROGÂNCIA?


Você já reparou – e em alguns lugares isso é mais forte - que as pessoas  tem uma crise com a tal da humildade? 

É, HUMILDADE!. 

Algumas pessoas acham que “ser humilde” é se rebaixar, se inferiorizar. E ao mesmo tempo nós combatemos a todo custo as pessoas que “se acham” muito.

Você já deve ter visto isso.

Mas reconhecer o seu próprio valor é uma coisa saudável e demonstra uma percepção boa, positiva de si mesmo. O problema é quando nós cristãos, para nos acharmos muito bons precisamos diminuir os outros.

É muito estranho esse tipo de comportamento entre nós, porque se considerarmos a Sagrada Escritura, por exemplo, o livro de Provérbios, ela diz:

“Que outros façam elogios a você, não sua própria boca” (Pr 27, 2)

A Bíblia também diz que “a boca fala daquilo que o coração está cheio”, neste caso, de tanto você alimentar uma ideia de suposta superioridade, você acaba exteriorizando-a de alguma forma.

Não estou aqui dizendo que há algo de errado em se sentir especial, amado e ter uma auto estima saudável.

Nada de errado, mesmo!

O problema é quando estamos mais preocupados com a atenção pra nossa vida do que para o Deus da vida.

Entende a diferença?

E não pense que não existem pessoas assim. Alguns, mesmo sendo seguidores de Cristo, não estão tão preocupados em ganhar pessoas para Cristo, e sim em ganhar pessoas para si, para o grupo dos seus fãs e admiradores.

Um outro exemplo bíblico, para este caso, é João Batista.

João Batista era “o cara” do momento, antes de o povo conhecer Jesus. Inclusive alguns achavam que ele era o Messias. E ele tinha “um monte” de seguidores,

A fanpage dele bombava

Muita gente atrás dele, cheio de fãs...

E eis que entra em cena Jesus.

E quando Jesus começa a destacar, qual foi a reação de João Batista?

Ciúme? Medo de perder o prestígio? Medo de não ser mais o foco das atenções?

Não. Nada disso.

Sabe o que ele faz?

Ele mostra Jesus aos seus seguidores e diz:

“Aquele ali é o Cordeiro de Deus. E é importante que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3, 30)

Meu irmão, quando Cristo aparece verdadeiramente na sua vida e você tem a oportunidade de fazer a experiência dEle, você não faz nenhuma questão de aparecer. Você quer mais é saborear aquele momento e depois sim, deixar transparecer em seus gestos e atitudes, o Cristo que vive em você.

Além disso, a bíblia sempre condenou a tal da arrogância, da prepotência, dessa sensação de nos acharmos sempre mais e melhores do que os outros, e às vezes até auto suficientes.

E qual foi o pecado original?

Exatamente este: a arrogância e o desejo de ser Deus. Isso também foi o que levou Lúcifer e se rebelar contra Deus.

A arrogância às vezes faz com que nós cristãos nos consideremos melhores  que Deus.

Verdade! Quer ver alguns exemplos?

Deus não devia permitir que tal pessoa existisse! Como é que Deus permite que tal pessoa se dê bem na vida?

É o meu julgamento acima do julgamento de Deus.

A carta de São Paulo aos Filipenses (Fl 2, 3) aida nos diz:

 “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos.”

Isso é ser cristão de verdade.

Ainda o livro de Provérbios:

“A humildade precede a honra, e toda arrogância será castigada” (Pr 18, 12)

Ser arrogante, ser meio metido – como costumamos dizer – é uma tentação pra quase todo mundo, inclusive os cristãos. Não fosse assim o profeta Samuel não teria dito:

“Não falem tão orgulhosamente, nem saia de suas bocas tal arrogância” (1Sm 2, 3)

Cada pessoa tem seu motivo próprio pra ser arrogante. Alguns se tornam arrogantes por causa da sua beleza física, outros por causa da riqueza, outros por serem bem sucedidos, outros por serem padrões de Inteligência ou pela bagagem de conhecimento que carregam.

Quanta bobagem!

A beleza física se vai com o tempo.
O sucesso é passageiro, e às vezes acarreta tristes perdas.
A riqueza pode nos ser tirada num piscar de olhos.
A inteligência, bom, há quem diga que o conhecimento não ocupa lugar (é verdade) e uma vez adquirido não se perde. Que tal o exemplo de alguém em avançado estágio de Alzheimer ou com alguma grave lesão cerebral?

Nada do que temos aqui nos pertence, nem a beleza, nem a riqueza, nem o conhecimento. Tudo vai ficar aqui depois da nossa partida.

Entretanto, o risco de ser orgulhoso e arrogante é de todo mundo: rico ou pobre, famoso ou anônimo.
Não caiamos nesta cilada.

O verdadeiro seguidor de Cristo considera seus irmãos superiores a si mesmo, e nunca se acha acima da média.

Afinal, conforme diz a Bíblia, todos pecamos, logo todos carecemos da Graça de Deus.

E a nós, basta-nos a Sua Graça.

E antes que você leia este texto pensando em julgar este ou aquele irmão, que tal considerar estes trechos bíblicos apresentados e na existência do orgulho e da arrogância em você mesmo?

É muito fácil julgar quem se destaca, e todos nós sabemos que para aqueles a quem Deus deu muito, muito também lhes será cobrado.

Isso quer dizer que todos temos contas a prestar com o Criador.

Não confundamos humildade com baixa auto estima;

Mas também não confundamos auto estima saudável com arrogância e prepotência, e muito menos a usemos como justificativa para humilhar nosso semelhante.

Deus te abençoe!


Texto original – Fabiana Bertotti 

quinta-feira, 30 de abril de 2015

O "SER" ADOLESCENTE
Afetividade - Sexualidade - Respeito


 É cada vez mais comprometedora a situação dos nossos adolescentes no que diz respeito à sexualidade e à afetividade. Uma grande confusão é provocada em suas mentes pelas informações que a mídia fornece. Desde a música até nas telenovelas, pululam estímulos sexuais sem qualquer senso de moralidade ou compromisso com a decência. E este é o contexto em que tentamos educar nossos filhos e ajudá-los a atravessar a fase da adolescência, sem que se contaminem ou sucumbam a esses apelos. 

 Por esse motivo usei a palavra “comprometedora”, no início do parágrafo anterior. É porque cada vez mais somos chamados a enfrentar com os jovens e adolescentes este desafio que é saber filtrar o que é importante, o que tem valor e o que não será prejudicial ao seu crescimento. Muitos pais perdem grandes oportunidades porque se posicionam como rivais dos seus filhos na adolescência, e, assim como, peculiarmente, os adolescentes estão sempre discordando, os pais se armam para ter sempre um discurso de repreensão e autoritário. Não se trata de enfrentar “os” adolescentes nesta fase, mas, repito, enfrentar “com os” adolescentes esta fase da vida. 

 É que este período, o da adolescência, é aquele tão esperado por uma parcela de jovens e ao mesmo tempo tão temido por uma parcela grande dos pais. É a hora de ganhar o mundo, sair de casa, fazer e conhecer coisas novas. É a hora da pseudo independência. E é temido pelos pais justamente porque torna-se grande a dificuldade de manter o controle sobre seus filhos. 

 O que os adultos esquecem – sim, esquecem, porque todos já passaram por isso – é que este é um período extremamente crítico na vida de um ser humano. Basicamente três grandes questões tornam-se foco do jovem: 1ª – Quem sou, do que eu gosto, o que eu quero (ou não quero) da vida, o que eu quero ser? 2ª – Descobertas no campo sexual, alegrias, frustrações, primeiras experiências... 3ª – Escolha profissional, continuidade dos estudos, competição do mercado de trabalho. 

 Para enfrentar essa jornada, o jovem precisa encontrar seu caminho, que é único, só dele. E é exatamente neste processo que ocorre o distanciamento dos pais e os constantes e inevitáveis choques. 

 Nesta fase também há o risco de o jovem ingressar no consumo de drogas ou álcool. 

 E o jovem, mesmo que não perceba, tem consciência de tudo isso. E eles tem coragem e energia para encarar a adolescência de peito aberto, a começar pelas experiências afetivas e sexuais. 

 Particularmente acredito que os adultos poupariam muita energia e evitariam muitos conflitos se buscassem sintetizar seu trabalho de educação em poucas coisas importantes. De nada adianta gerar debates intermináveis e querer que o adolescente se comporte exatamente da sua maneira. Basta focar em questões práticas e indiscutíveis. Uma delas, a meu ver, é o respeito. 

 Na cartilha educacional dos pais de adolescentes esta palavra deveria fazer parte de todos os capítulos. Orientar o jovem para que respeite a si mesmo como pessoa, que respeite seus desejos, suas ideias, suas convicções, seus limites, enfim, sua essência. E somado a isso, o respeito ao próximo, à pessoa que está a seu lado, seja um amigo ou namorado. E tem que respeitar no outro tudo aquilo que deve respeitar em si mesmo. Talvez esse seja o grande segredo para um relacionamento feliz, prazeroso e maduro, que promova o crescimento próprio e mútuo. 

 A partir do momento em que os pais limitarem-se a orientar nesse sentido, a apontarem esta meta, a do respeito, e a partir do momento em que os adolescentes e jovens concentrarem seus esforços e atenção nesta prática, muita coisa será diferente. Os apelos externos não terão mais tanta força para confundi-los e perdê-los, e aquela seleção que deve ser feita em relação aos estímulos da mídia, será mais criteriosa e eficaz. 

 Afetividade e Sexualidade: duas peças fundamentais na construção de um ser humano, que são disponibilizadas num período que requer tanto cuidado e atenção: a adolescência. 

 Uma pessoa que é bem orientada e resolvida afetiva e sexualmente na juventude, inequivocadamente será uma pessoa assídua na prática do respeito, da compreensão e que saberá viver os bons momentos da vida (e os não tão bons também) com clareza de ideias e discernimento.

Autor: Anselmo J Ramos Neto

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O surgimento das ideologias anticristãs


Hoje, mais do que nunca, é preciso compreender que existem ideologias interessadas na destruição da Igreja. Um exemplo claro de uma intenção ideológica é a própria historiografia recente da Igreja. É muito fácil notar que existe um preconceito contra a Igreja e ele foi confeccionado ideologicamente por um grupo de intelectuais, filósofos iluministas franceses do século XVIII e XIX.
A Revolução Francesa (1789) não foi um fenômeno espontâneo, pelo contrário, foi preparada tanto política quanto ideologicamente. Para compreendê-la é preciso estudar o que a antecedeu e os seus bastidores. Comprovadamente, existe uma vasta documentação dando conta que pseudointelectuais, falsos filósofos foram "comprados" por um grupo de banqueiros, a então chamada 'burguesia', para criar um movimento ideológico que tornasse possível a derrubada da monarquia, pois não havia outro modo de eles chegarem ao poder.
Os falsos filósofos criaram uma rede de mentiras, notadamente contra a Igreja Católica, os jesuítas, o rei, a nobreza etc, fabricando um clima de insatisfação e revolta, utilizando a literatura como meio de propagação das mentiras. Como foi dito, esse movimento foi criado artificialmente mediante a injeção de dinheiro, contudo, alguns pensadores acreditaram sinceramente no movimento falso de revolta, como foi o caso de Jean Jacques Rousseau, o qual não se tem notícia de que tenha recebido qualquer quantia da dita "burguesia", mas que, no entanto, foi um dos melhores ideólogos desse movimento.
O início do movimento, portanto, foi dado por filósofos medíocres, mas a continuidade dele foi feita por filósofos sérios que passaram a trabalhar para a derrocada da monarquia e da Igreja. Dentro da ideologia Iluminista, portanto, está embutida toda uma maneira de se contar a história que não é aquela acontecida, mas feita de modo que instaure a revolução, que mude o status quo.
Naquela época, a imprensa acabara de ser inaugurada, os jornais eram raros. Mas, uma técnica bem sucedida, inventada por Christoph Friedrich Nicolai, cuidou de propagar com sucesso a ideologia iluminista: as feiras de livros. Com o crescente interesse da população pelos livros, Nicolai passou a organizar as feiras, porém, selecionava os livros que seriam postos à venda, p. ex., se o livro era contra a Igreja, contra a monarquia, se ele pregava o materialismo, o ateísmo era escolhido, caso contrário, não. Isso fomentou o movimento revolucionário.
Historicamente, sabe-se que o rei da França convocou os Estados Gerais, o parlamento, para resolver um problema referente aos impostos, pois a Coroa estava indo à falência. Uma vez reunidos, surpreendentemente, os representantes dos Estados franceses passaram a redigir uma Constituição, planejando a derrocada da monarquia.
Deste modo, por causa das técnicas aplicadas: investimento em escritores para que produzissem material contrário à Igreja e à monarquia, e a difusão desses livros nas feiras idealizadas por Friedrich Nicolai, contribuiram de maneira decisiva para o surgimento desse fenômeno artifical, em vigor até hoje, que tem por objetivo denegrir a Igreja Católica.
Outro ponto a ser frisado é que em qualquer livro de História existem divisões, classificações das épocas. Essas divisões foram estabelecidas justamente durante o Iluminismo, portanto, imbuídas de ideologia. Cada título atribuído aos períodos da História traz nele mesmo uma valência ideológica: Idade Antiga e Idade Moderna. Entre uma e outra, um período de mais ou menos mil anos no qual o Cristianismo desempenhou um papel fundamental na história do Ocidente.
Com a queda do Império Romano do Ocidente, no século V, após o que a barbárie tomou conta, a Igreja tornou-se a referência cultural na Europa até a queda do Império Romano do Oriente. Ideológicamente era preciso "matar" esse período. Por isso recebeu o nome de "Idade Média", em que havia a razão na Antiguidade, com seus grandes filósofos, seguido por um período de trevas, na qual a razão foi substituída pela superstição, pelas trevas, pelo cristianismo. A partir do século XV, quando ressurge o paganismo, em substituição gradual ao cristianismo, o nome que se dá é "Renascimento", seguido pelo século das Luzes, no qual a Deusa Razão triunfa e surge o Iluminismo.
Ora, esse tipo de historiografia pode ser tudo, menos algo isento, equilibrado. É pura ideologia. Régine Pernoud, grande historiadora medievalista, fala com toda clareza o quanto a Idade Média foi uma época de extraordinário desenvolvimento em inúmeros aspectos. Notadamente na situação da mulher na sociedade que durante toda a Idade Antiga nada mais era uma "coisa", propriedade do pater familias, do pai de família, do marido, o qual tinha o poder de matá-la, caso não estivesse satisfeito.
Ora, o cristianismo mudou radicalmente essa visão. Nele, a mulher adquiriu dignidade semelhante a de seu esposo, aliás, estudos sérios comprovam que o cristianismo tornou-se popular justamente porque as mulheres perceberam que a conversão dos esposos os impedia de matá-las, por isso elas se empenhavam para que eles aderissem ao cristianismo.
Na Idade Antiga jamais se ouviu falar de uma mulher reinando, já na Idade Média ela era coroada junto com o Rei. Muitos feudos eram comandados por abades e muitos por abadessas. Foi o cristianismo que, olhando para a dignidade da mulher, colocou a Virgem Santíssima como Rainha do Céu e da Terra, fornecendo um instrumental espiritual para que se compreendesse a dignidade da mulher.
Como Renascimento a mulher é novamente coisificada perdendo a sua dignidade e importância, justamente por causa da volta do paganismo, da visão antiga, do pré-cristianismo. A esposa do Rei não é mais coroada como rainha, em geral, as mulheres se tornam objetos de desejo sexual, inclusive escravas, pois foi justamente no Renascimento que a prática escravagista retornou. Na Idade Média não havia escravos, mas tão-somente o servo da gleba, que não era propriedade do senhor feudal, mas mantinha com ele uma aliança: impostos em troca de proteção militar.
Portanto, o Renascimento significou um apagar-se das luzes e não um retorno das luzes. Apagaram-se as luzes dos valores cristão que plasmaram toda a cultura da Idade Média. É preciso, deste modo, entender que toda a historiografia contrária à Igreja Católica foi confeccionada quase que totalmente por várias ideologias cuja finalidade era e é derrubar a Igreja, detendo a influência dos valores cristãos na sociedade, a fim de dar trela livre ao paganismo que reina na cultura atual.
Precisamos conhecer uma história da Igreja baseada na verdade dos fatos, dentro de uma acurácia, uma precisão dos fatos históricos relatados enquanto tal, e depois, uma interpretação desses fatos à luz da fé. Mesmo quando a verdade histórica for dolorosa, pecados de papas, infidelidades, traições, heresias, lutas internas, tudo isso deve ser conhecido, mas sempre tendo em vista a Igreja de Cristo que, justamente por ser "a Igreja de Cristo", desde o início é perseguida até mesmo internamente.
A carne, o mundo e o demônio são os três inimigos do homens e também da Igreja. Existe a força da concupiscência nos membros da Igreja, existe a mundanidade dentro da Igreja e também existe a ação demoníaca. Mas não só isso, existe a ação do Espírito Santo, a presença de Graça, a certeza de que Deus conduz a sua Igreja. Nosso Senhor Jesus Cristo previa isso na Última Ceia: "odiaram a mim, odiarão também a vós", (conf. Jo 15,18).
Conhecer a História da Igreja é conhecer o amor de Deus na história da humanidade, mas também o ódio que marcou e ainda marca a Esposa de Cristo, chagada, que segue o caminho de seu divino fundador: a Sua Paixão e Crucifixão. A esperança do cristão é de que haverá um dia a ressurreição e se verá a Esposa descer do alto, quando então todos serão um só com Cristo. Será a escatologia, o fim da história da humanidade e o fim da História da Igreja.

Fonte: Pe Paulo Ricardo de Azevedo Junior