quinta-feira, 31 de outubro de 2013

MÊS DE NOVEMBRO NA IGREJA

O mês de novembro na igreja é marcado por importantes momentos de reflexão e celebração.


Logo no primeiro dia do mês a igreja celebra a "Festa de Todos os Santos". A liturgia desta solenidade traz na primeira leitura um trecho do livro do apocalipse, onde São João tem uma linda visão do céu, com Jesus sentado no trono tendo diante de si uma multidão incontável, trajando vestes brancas. "Estes são os que vieram da grande tribulação; lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do cordeiro". 

É com essas palavras que o ancião informa a João quem são aquelas pessoas que estão diante do trono. 
A festa de todos os santos é então a celebração da vida eterna junto de Deus, e nos traz a certeza de que seguindo Seu caminho nesta terra, chegaremos um dia a ser contados entre essa multidão que hoje já faz parte da igreja triunfante.




No dia seguinte a todos os santos celebramos o Dia de Finados, ou o Dia dos Fiéis Defuntos, que é quando rezamos por todos os que já foram tirados do nosso convívio. 
Existe uma diferença entre as palavras finados e defuntos. A primeira significa "aquilo que findou", aquilo que acabou"; a segunda vem do latim e significa "aquele que cumpriu a missão", "aquele que desempenhou completamente". Conforme o ensinamento da igreja, aqueles que partem não se extinguem, apenas concluem sua passagem por esta vida.
O Dia dos Fiéis Defuntos, portanto, é o dia em que a igreja celebra o cumprimento da missão das pessoas queridas que já faleceram, através de preces a Deus por seu descanso junto a Ele.
É o dia do amor, porque amar é sentir que o outro não morrerá nunca, mesmo que esteja distante; amar é saber que o outro necessita de nossos cuidados e de nossas preces mesmo quando já não o podemos ver. Pois a vida cristã é viver em comunhão íntima com Deus e com os irmãos, agora e para sempre. Nisso consiste a comunhão dos santos.

Outra festa importante no calendário litúrgico católico é a Festa de Cristo Rei, que é celebrada no último domingo do ano litúrgico. No domingo seguinte já entramos no advento e, portanto, num novo ano litúrgico. 
Começamos o ano nos preparando para o nascimento de Cristo e terminamos celebrando-o como Rei do Universo. Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim de todas as coisas.
A festa de Cristo Rei foi criada pelo papa Pio XI em 1925. Instituiu que fosse celebrada no último domingo de outubro. Agora, na reforma litúrgica passou ao último domingo do ano litúrgico como ponto de chegada de todo o mistério celebrado, para dar a entender que Ele é o fim para o qual se dirigem todas as coisas. 




domingo, 13 de outubro de 2013

OUTUBRO - MÊS DAS MISSÕES

Em outubro a Igreja Católica celebra o mês das missões.  Trata-se do mês no qual toda a comunidade se concentra em um traço muito característico da identidade cristã: ser missionário.  Ou seja, ser enviado a levar a todos e ao mundo inteiro a Boa Nova do Evangelho de Jesus Cristo.
A comunidade eclesial como um todo é então convocada a celebrar e conscientizar-se mais profundamente de que a Igreja não  existe para si mesma.  Existe, sim, como enviada ao mundo para anunciar e fazer acontecer o sonho de Deus: a justiça, a paz, a fraternidade.
Missão significa envio.  O missionário é alguém enviado como portador de um encargo importante. Até a um tempo atrás a figura do missionário era mais ligada àquele que – normalmente religioso ou sacerdote – era enviado a terras distantes, onde Jesus Cristo não era conhecido; a continentes não cristãos, como a Ásia ou a África para ali plantar a fecunda semente da cruz do Senhor Jesus. 
Hoje é muito claro para a Igreja de que missionários somos todos, pelo simples fato de sermos batizados e inseridos no mistério pascal de Jesus Cristo.  Somos missionários porque servidores da única missão, que é a de Jesus Cristo.  E esta missão consiste em “anunciar aos pobres a Boa nova, devolver a vista aos cegos, fazer os coxos andarem e trazer a libertação aos cativos e proclamar um Ano da Graça do Senhor”(cf. Lc 4, 16-21). 
Portanto, todo lugar, não só a Ásia ou a África; não apenas as latitudes longínquas são terra de missão onde os cristãos são chamados a ir sem bordão nem alforge, carregando apenas a Palavra do Senhor a semear a boa semente do seu Evangelho de amor, justiça e paz.
Na verdade, a fé e a experiência de Deus para a fé cristã estão longe de ser um fruir impune das delícias e maravilhas da contemplação dos mistérios eternos. Ao contrário, consistem  na consciência de saber-se enviados em missão  ao mundo, e em assumir a própria responsabilidade em relação àqueles e àquelas que, desde o seio da realidade desfigurada e injusta, são excluídos das benesses do progresso e clamam por justiça e compaixão.
As grandes cidades, portanto; suas periferias; seus centros e conglomerados urbanos, são terra de missão. São lugares sedentos e ansiosos por ouvir proclamar a Verdade do Evangelho como água pura que desaltera a sede e devolve a esperança aos que não a têm mais. 
Como padroeiros das missões, a Igreja designou dois grandes santos que têm vidas aparentemente muito diversas:

O primeiro é São Francisco Xavier, que viveu no século XVI. Jesuíta da primeira hora,  enviado pelo superior Inácio de Loyola não hesitou em lançar-se sozinho no caminho do Oriente a fim de conquista-lo para Cristo.  Após uma viagem onde passou por todas as provações e penúrias possíveis a um ser humano, aportou na Índia, passando dali ao Japão e morrendo às portas da China.  Xavier é o protótipo daquilo que um missionário cristão deve ser: corajoso, intrépido, coração ardendo de amor e de zelo pelo Evangelho, humilde e desejoso apenas de servir ao Senhor e a sua Igreja.
A outra padroeira das missões, no entanto, nos apresenta um perfil bem diferente do de Xavier.  Mulher, jovem, morreu aos 25 anos no Carmelo onde entrou aos 15 e do qual nunca saiu:  Teresa de Lisieux, Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face. Jovem francesa do século XIX, de temperamento delicado e forte, Teresinha soube, desde dentro do seu convento, viver plenamente a vocação missionária que é o distintivo de todo cristão. Sua vida e seu testemunho nos mostram neste mês das missões que todo cristão, em qualquer lugar ou situação em que esteja, pode ser um missionário, um enviado e portador da Palavra de Deus.